Os dois setores-chave da energia e dos alimentos devem mudar drasticamente, a fim de evitar os piores impactos ambientais da mudança climática. Com uma população crescente, isso implica no abandono de uma dieta à base de produtos animais.1
A duplicação projetada do consumo de carne e laticínios em 2050 poria em perigo o planeta devido ao aumento das emissões relacionadas à pecuária, aumento do consumo da biomassa da Terra (matéria vegetal cultivada para alimentar o gado) e nitrogênio reativo (estrume e adubos químicos que causam danos diversos ao ambiente). Uma dieta de proteína 100% a partir de fontes de soja teria apenas 1% do impacto em 2050 de uma dieta na qual 100% da proteína fosse de carne.2
Uma pessoa adotando uma dieta vegetariana por 1 ano reduziria mais emissões do que alguém trocando o seu carro por um Toyota Prius.3
As emissões de consumo de uma dieta de alimentos 100% produzidos localmente foram comparadas com as de uma dieta 100% baseada em alimentos vegetais. Uma dieta vegana levou a uma redução de sete vezes as emissões de uma dieta cultivada localmente.4
Em 2008, o Instituto Foodwatch da Alemanha estimou que a passagem de uma dieta convencional, incluindo carne e produtos lácteos, para uma dieta vegana cultivada convencionalmente reduziria as emissões em 87%, enquanto a mudança para uma dieta orgânica, incluindo carne e produtos lácteos só reduziria as emissões em 8%. Em contrapartida, uma dieta 100% vegana orgânica reduziria as emissões em 94%.5, 6
Mudar para uma dieta que substitui toda a carne por soja até 2050 reduziria a pegada de carbono associada a proteínas em 96%.7
A produção de 1 quilograma de carne bovina gera 19 quilogramas de emissões de CO2, enquanto 1 quilograma de batatas, apenas 280 gramas de CO₂.8
Comer mais de certos produtos animais, como frango (em vez de carne bovina) NÃO irá ajudar a mitigar os impactos ambientais. Pesquisadores descobriram que a proteína da carne de frango tem um índice de eficiência de energia de apenas 5% comparado aos alimentos à base vegetal como o tomate, com 60%; laranjas e batatas em 170%, e 500% para a aveia.9
Comer peixe tampouco vai ajudar. Descobriu-se que o peixe é similarmente ineficaz, em parte por causa da energia necessária para viagens de longas distâncias para pescar peixes grandes como o atum. Além disso, mesmo as chamadas pisciculturas “de melhor gestão” geram danos ambientais de grande alcance.10 Referência
Pelletier, N. and Tyedmers, P. (2010, October). Forecasting potential global environmental costs of livestock production 2000–2050. PNAS. Retrieved January 11, 2011 from PNAS website http://www.pnas.org/content/107/43/18371.full.pdf
Weber, C. L. and Matthew, H. S. ( 2008, April 16). Food-Miles and the Relative Climate Impacts of Food Choices in the United States. Environ. Sci. Technol. [Electronic version] 2008, 42(10), 3508–3513. ACS Publications. Retrieved January 11, 2011 from http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/es702969f